Federal University of Ceará, Polymer Lab, Fortaleza, CE, Brazil
Judith P.A. Feitosa formou-se em Engenharia Química pela Universidade Federal do Ceará e obteve seu doutorado em Química pela Universidade de São Paulo, Brasil. Desde 1999, é professora titular do Departamento de Química Orgânica e Inorgânica, onde fundou o Laboratório de Química de Polímeros e o coordena até hoje. Coordenou o Programa de Pós-Graduação em Química da UFC por três mandatos e atuou como Coordenadora de Pesquisa na Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação por um período de 4 anos. Além disso, atuou como Secretária Regional da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) por dois mandatos. Ela também foi diretora do Instituto de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do estado do Ceará e teve experiência administrativa no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do governo federal brasileiro. A Profa. Judith Feitosa orientou 41 dissertações de mestrado e 18 teses de doutorado. É autora de mais de 150 publicações, três capítulos de livros e detém cinco patentes. Sua especialidade está na área de polímeros naturais da biodiversidade brasileira, especificamente polissacarídeos como biomateriais para liberação de drogas, bem como géis hidrofílicos e anfifílicos. Participou da Rede de Nanoglicobiotecnologia/CNPq e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT-Materiais Complexos Funcionais, INOMAT. Atualmente, está envolvida no INCT de Polissacarídeos.
A quitosana é abundante, biocompatível, biodegradável, mucoadesiva e possui propriedades antimicrobianas, o que a torna adequada para uso nas áreas médica e farmacêutica. Um problema é sua insolubilidade em meio aquoso neutro, que pode ser resolvido pela derivatização com anidrido succínico ou ftálico. O polissacarídeo foi empregado para a síntese de sistemas nanoparticulados usando diferentes métodos: 1) complexos de polieletrólitos com tripolifosfato (Ch-TPP); 2) conjugado com metotrexato – um medicamento usado no tratamento de artrite reumatoide e câncer com muitos efeitos adversos (Ch-MTX); 3) hidrogéis com galactomanana oxidada (OxG-Ch) ou 4) com goma de caju oxidada (OxCG-Ch), ambos por meio da formação de base de Schiff. Todos os sistemas têm aplicações potenciais no fornecimento de medicamentos ou como curativos especiais. O sistema Ch-TPP incorporou PEG (para aumentar o tempo de circulação) e o medicamento anticâncer 5-Fluorouracil. As nanopartículas Ch-MTX são estáveis. As nanopartículas de prata foram incorporadas ao hidrogel OxG-Ch, preparado in situ com a própria galactomanana oxidada. O hidrogel OxCG-Ch foi carregado com um complexo de inclusão de curcumina com 2-hidroxipropil-β-ciclodextrina. A curcumina possui benefícios farmacológicos, incluindo ações antitumorais, anti-inflamatórias, antivirais, antioxidantes e antibacterianas. O complexo o torna solúvel em um meio aquoso e o protege da degradação. Os hidrogéis são injetáveis, adesivos e autocurativos. A citotoxicidade em células normais e cancerígenas, a atividade bactericida e as propriedades antioxidantes foram testadas. Todos os sistemas apresentam potencial para aplicações biológicas.
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