Pedro Henrique Hermes de Araújo

Biography

Pedro Henrique Hermes de Araújo é professor do Departamento de Engenharia Química e de Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina. Ele recebeu seu treinamento de graduação e doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Como parte do programa de doutorado, ele passou dois anos na Universidade do País Basco em San Sebastian, na Espanha. Fez pesquisa de pós-doutorado na Universidade de São Paulo (Brasil) e passou um ano sabático no Instituto Max Planck de Pesquisa de Polímeros em Mainz (Alemanha) como professor visitante. Seus interesses de pesquisa se concentram na investigação fundamental de processos de polimerização em meios dispersos, em especial emulsão
e miniemulsão, síntese de monômeros derivados de recursos renováveis, síntese e modificação de polímeros biodegradáveis e nanopartículas. Ele supervisionou e co-supervisionou 53 mestrados, 39 teses de doutorado e 5 pós-doutorados, e publicou cerca de 220 artigos em periódicos revisados por pares. Seu fator H é 41 (Google Scholar, 14 de janeiro de 2024). Orcid iD: 0000-0001-5905-0158.

Abstract

Os poliésteres estão entre os polímeros mais amplamente pesquisados para aplicações biomédicas, devido ao seu potencial de biossorção/biodegradação e biocompatibilidade. Os catalisadores orgânicos e organometálicos, juntamente com as enzimas como biocatalisadores, podem ser empregados na produção de poliésteres. A catálise enzimática é promissora devido à sua capacidade de operar em condições brandas sem gerar resíduos tóxicos. A polimerização enzimática de abertura de anel (e-ROP) da globalida, uma macrolactona insaturada, foi conduzida em vários solventes e em uma miniemulsão aquosa para produzir poliésteres alifáticos insaturados. A funcionalização subsequente das insaturações da cadeia principal do polímero ocorreu por meio de reações de tiol-eno, contribuindo para as características do copolímero, como cristalinidade reduzida, maior hidrofilicidade e maior afinidade por várias células humanas.[1] Além do e-ROP, os poliésteres também podem ser obtidos por meio de reações de policondensação enzimática envolvendo esterificação e transesterificação entre polióis de base biológica e diácidos ou diésteres. Aproveitando a especificidade catalítica das enzimas, foi explorado o poli(succinato de propileno-co-succinato de glicerol) (PPSG) com diversas proporções de comonômeros.[2] Os resultados indicaram que a arquitetura do polímero foi influenciada pelas frações de glicerol, resultando em diferentes conteúdos de gel. Usando 10% em peso da enzima Novozyme® 435 e uma proporção molar de 20% de glicerol, foi obtido um PPSG com maior hidrofilicidade e baixo teor de gel. A reutilização da enzima foi investigada, fornecendo informações sobre a interação entre o poliéster e o suporte da enzima. Por fim, essa pesquisa investiga o potencial dos poliésteres à base de glicerol para ampliar o espectro de materiais hidroxi-funcionalizados para aplicações biomédicas.

References

[1]   A.E. Polloni, V. Chiaradia, R.J.F.C. Amaral, et al (2020), Polym. Chem. 11, 2157-2165. DOI: 10.1039/d0py00033g
[2]   C.D. Fernandes, B.F. Oechsler, C. Sayer, et al (2024), Macromolecules 57, 456–469. DOI: 10.1021/acs.macromol.3c01533